sábado, 22 de maio de 2010

O Ver e o Olhar na W3


Sempre fui apaixonado pela fotografia. Na faculdade, chegava uma  hora antes para folhear livros e revistas. Nunca imaginei que todas aquelas imagens foram assimiladas e reorganizadas pelo meu inconsciente. Eu começava a aprender a olhar, mais do que ver. Formas, cores, cheiros, superfícies e tantas outras sensações foram classificadas em uma ordem desconhecida em mmeu inconsciente.

Revendo algumas fotos que fiz, observo signos não de um, mas um mosaico dessa autopoiese recompilada. Depois de minha viagem 5 minutos ao continente velho (durou 30 dias mas, foi uma viagem cartão-postal) percebi que minha imagética era linear. Fui fazer um curso, não de fotografia, mas de "olhar" com FAYGA OSTROWER. A técnica fotógrafica linear eu dominei sozinho.

Ainda assim, meu racionalismo de então bloqueava o fluxo tentava escoar do meu inconsciente. Na maioria das minhas fotos está presente o VER e não o OLHAR. Então apareceu ANA K. e me apresentou a W3. O que deveria ser um corredor cultural em Brasília, ainda hoje é um corredor de oficinas, peças e aacessórios para automóveis.

Ana K. me alertou sobre totens com mosaicos montados na W3. Eu os tinha visto várias vezes, mas nunca olhado. Prometi a ela um percurso fotográfico pela avenida, não cumprido. Artistas pláticos, como Ana K. ou minha amiga Andrea Rosenfeld parecem que têm o OLHAR no DNA. O tempo passou e o Governo do Distrito Federal - GDF derrubou todos os totens. A princípio fiquei arrasado, não podia fazer mais nada.

Pouco tempo depois, vi que o GDF tinha razão. Os totens, com poesias em mosaico, atrapalhavam a mobilidade das pessoas, especialmente deficientes. Os poetas também compreenderam isso e refizeram e fizeram novos mosaicos no chão e nas paredes. Aguçado pelo desafio de Ana K., finalmente olhei e fotografei alguns dos mosaicos. O do topo foi escrito em "brasilianês"" e, possivelmente, não compreenderão. São poucas Suzanas na W3.

Esse, talvez seja mais compreensível:

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