© Montagem by NiroAlguns anos atrás era comum os adesivos do Bad Boy em carros de jovens. Por precaução e por não ser adepto de violência, eu sempre me mantive distante deles. Parece que o Bad Boy se aposentou, pois nunca mais o vi. Contudo, é bom levar a sério as advertências do pesquisador e psicólogo social William Szlemk da Colorado State University.
Em reportagem do Washington Post de 16 de junho de 2008 (tá velho mas tá valendo) Szlemk alerta: "Quer evitar motoristas violentos? Procure por adesivos nos carros". E não importa se os adesivos trazem uma mensagem de paz: "Olhe bem as montanhas", "Jesus é meu guia", "A vida é bela" ou de agressividade: "Tá com pressa? Passa por cima", "Não buzina que eu paro", "Tá estressado? Acorde mais cedo". A direção agressiva é responsável por mais de dois terços dos acidentes que envolvem xingamentos nos EUA.
Segundo a pesquisa, motoristas que não personalizam seus carros também sentem raiva mas têm maior controle emocional e não tomam ações nesses momentos, preferindo "deixar pra lá" e ir embora. "Quanto mais marcas e adesivos, isto é, quanto mais personalizado for o carro, mais agressivamente seu motorista tenderá a dirigir quando provocado", afirma Szlemko. "As marcas de território predizem a tendência em ser um motorista agressivo."
A explicação para o comportamento cai, aparentemente, sobre a questão do território. Motoristas que marcam seus carros tendem a crer que o espaço público é deles. Se você encontrar com ele a pé, é o mesmo que não vai arredar um centímetro do lado para você poder passar nem vai descer de umaa calçada estreita para dar passagem a uma senhora.
A territorialidade é uma questão ancestral superada pelos humanos no compartilhamento do espaço público, chamada de territorialidade de terceiro nível. A de primeiro nível são nossas camas ou nossas casas e as de segundo nível, os espaços que ocupamos temporariamente, como o local de trabalho. Já para os animais, marcar o território é uma questão de sobrevivência.
Motoristas que utilizam adesivos vêem seus carros exatamente da mesma forma que suas casas, um território primário, profundamente pessoal. Se alguém, mesmo que sem querer, invade seu espaço, a reação dele será parecida com a invasão de sua casa por um desconhecido.
A reportagem termina com a afirmação de que motoristas que personalizam seus carros buzinam dois segundos mais rápido para o carro "agressor" que os demais motoristas.
A pesquisa não revela o grau de confiança utilizado mas, por via das dúvidas, é bom ficar atento!!!
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