segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Sonhar é transgredir!


O Dicionário Aurélio define consolidação como "ato de tornar sólido, seguro". Essa deveria ser nossa alquimia: consolidar os sonhos que ousamos ter e realizar o que ninguém havia proposto antes. Isso se traduz em atitudes e não discursos. Com pesar, assistimos amigos perderem seus sonhos, seus desejos e junto, a capacidade de ousar. André Gide, Nobel de Literatura de 1947, afirmou que a felicidade dos amigos era a base de sua própria felicidade.Ter uma vontade é criar paradoxos, já que a sociedade atual, nos oferece constantemente sua “paz envenenada” e infinita do consumir e ter, consumir e ter... até que nós mesmos acabamos consumidos.

Sonhar e se por a caminho envolve risco e visão de futuro. Trabalhar apenas com o previsível e com o determinístico, é a mais arriscada das aventuras. Quando o sonho é frustrado culpam o acaso, como se ele existisse. Os “Cem dias sob céu e mar”, de Amyr Klink, não teriam existido se não fosse pela determinação de enfrentar os imprevistos de uma largada que, por mais que planejada, estava entranhada de riscos. A diferença, seja em um bote, seja em uma organização, seja em um país, seja no mundo, é marcada pela atitude, pela redução do medo e pela coragem de transgredir.

Se por um lado existe a possibilidade de atitudes que perpassam os sistemas convencionais, calcadas em um sonho, em uma visão de futuro, há que se respeitar as forças tradicionais que legitimam a existência dos sistemas instituídos. Respeito não é exatamente o mesmo que anuência ou condescendência, embora muitos o façam por conivência ou conveniência. Limites existem para serem transpostos, transgressão e ousadia, mas com sutileza, elegância e muita, muita arte, por si só, potencialmente transgressora.

Creio que é na correlação dessas forças que se encontra o caminho da mudança, equilíbrio legítimo entre o que somos e o que podemos sonhar ser, já que sonhar é transgredir.

Se não transgredir, o seu inconsciente o fará por você. Acordará assustado, dizendo que teve um pesadelo, balançará a cabeça para tentar jogar suas verdades simbólicas para fora do cérebro racional e provavelmente pensará ou dirá: “Esse não sou eu”!

Um comentário:

  1. Muito bom, Niro! É a pura verdade. Deveria existir uma matéria nas escolas estimulando e preparando o aluno para realizar seus sonhos, não é mesmo?! Se cada pessoa corresse atrás de realizá-los - com responsabilidade -, o mundo teria um avanço significativo, e pessoas menos frustradas.

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