terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Marisa Monte & Ed Motta: vocal. Asclê: convolução!!!


Asclê Junior: "Essa na época marcou, porque foi uma das mais originais versões desta música."

Niro: "Mas... peraí! A sensação é que isso foi a semana passada! Não que o tempo mude, muda a nossa percepção! rssss"

Asclê Junior:

"Não... senti renovação, porque a Marisa Monte era novidade, tal qual o Ed Motta, e na época, via TV Manchete (gravado em 16 MM), vimos essa jam session dela com o Ed Motta, conhecido somente por ser sobrinho do Tim Maia que tinha uma voz ex...celente e cantava músicas juvenis, cantando uma música consagrada por Marvin Gaye e depois cantaram "These are song", de Tim Maia, dos anos 60 ainda.

Cheiravam a renovação, muito embora naquele ano apareceram muitos músicos que se tornariam grandes como Paulinho Mosca (Adelaide, Minha Anã Paraguaia e Uma Barata Chamada Kafka)... Chico lançou disco, Caetano lançou "O Estrangeiro" (que tinha "Meia-Lua Inteira", sucesso no país todo e que revelou Carlinhos Brown), Djavan lançou Oceano e por aí vai. Do lado que não gosto muito foi o ápice de Rosana, Xitãozinho e Xororó, Leandro e Leonardo, Zezé di Camargo e Luciano etc. Naquele ano, Miles Davis se apresentou no Brasil(tocando de costas pro público, com seu trompete vermelho e acompanhado do então fenômeno Marcus Miller no baixo), BB King também... Aliás, naquele ano, no Bom Demais, às sextas, tinha uma cantora chamada Cássia Eller que já arrebentava.

Naquele ano, a rapaziada da minha geração enchia bares com música, ouvia MPB e não tinha essa babaquice de lei seca, com horário pra fechar estabelecimento no DF... a cidade fervia, porque tinha o Segundo Caderno na Asa Norte e o JR Galeto´s na Asa Sul, que eram 24 horas... fora o Otelo na 107 Norte que não parava também.

Naquele ano, que viria ser um dos últimos em que a mídia televisiva, radiofônica e escrita dava espaço a artistas novos e não os que eles lançavam como tentativa pálida de sucesso.

Por isso me bateu o saudosismo inevitável de ver uma cantora simpática, até então (depois virou um porre), e um cantor que viria ser reconhecido mundialmente como um dos melhores do soul moderno (Ed Motta grava com todo mundo no exterior)... e ainda faz discos bons, mas sem espaço na mídia.

Tivemos um espasmo de anos 70 no final dos anos 90, enfim.

Minha percepção não mudou, mudaram os critérios da mídia para veiculação da música, daí o saudosismo mais que vintenário... Hoje não resta muita coisa nova pra publicar... a não ser cantoras fazendo cover, tocando violão, masculinizadas e sem criatividade para assumir o lugar de outras. As excelentes, como Mônica Salmaso e Bebel Gilberto, não têm espaço na mídia, porque têm vida particular discreta, porque a globalização nos trouxe as celebridades instantâneas e descartáveis que vendem revistas, enchem shows, enquanto Cesárias Évoras, Erykas Badu e outras passam batidas.

Escrevi pra cacete... acho que foi o limbitrol... bom, mas é isso aí, Nirão, meu saudosismo às vezes consome minha paz e me deixa triste por não termos espaço para o que é realmente bom.

Abraços!!!"

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